Crítica: O homem que sabia demais (1956) de Alfred Hitchcock

“O homem que sabia demais”, um filme de 1956 dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock, é mais um filme imperdível para você que ama cinema e acompanha as obras do diretor. Tenho recentemente assistido aos poucos às obras dirigidas por ele, tendo já visto: “Rebecca” (1940), “Festim Diabólico” (1948), “Janela Indiscreta” (1954), “Disque M para Matar” (1954), “Um Corpo que Cai” (1958), e agora “O homem que sabia demais” entra para minha lista. Caso tenha ficado curioso(a) para ler minhas críticas sobre os outros filmes, elas poderão ser lidas no meu perfil do Letterboxd (vou deixar o link no final deste texto), mas posteriormente vou publicá-las aqui no site do Obra Aberta também.

Pois bem, neste ótimo filme, contamos com uma trama, como sempre, muito envolvente, sendo um suspense que acompanha um casal americano em férias no Marrocos com o filho. A viagem tranquila toma um rumo inesperado quando eles se veem envolvidos, por acaso, em uma complexa trama internacional de espionagem. A partir daí, são obrigados a lidar com situações perigosas e decisões difíceis em uma corrida contra o tempo. Com sua marca registrada de tensão crescente e reviravoltas sutis, Hitchcock constrói uma narrativa cheia de suspense e dilemas morais, mantendo o espectador em constante estado de alerta.

Em “O homem que sabia demais” contamos com algo que, para mim, me pareceu até então um pouco inusitado aos filmes de Hitchcock: muitas filmagens externas. Até então, só tinha percebido filmagens externas no filme “Um Corpo que Cai” (1958), ainda assim, com poucas filmagens. Uma vez que os filmes de Hitchcock quase que rigorosamente são filmados com ênfase em praticamente um único ambiente, o que cria um clima ainda maior de suspense e envolvimento com o filme.

Ainda sobre as filmagens externas, devo ressaltar quão lindas são as cenas gravadas no Marrocos, precisamente na cidade de Marraquexe, tendo como um dos locais o mercado da cidade e a praça Jemaa el-Fna. As filmagens no Marrocos são simplesmente de brilhar os olhos! Além das filmagens no Marrocos, contamos com outras cenas na Inglaterra e também na Alemanha (apesar de a história se passar entre Marraquexe e Londres).

Cena do mercado de Marraquexe, Marrocos”, do filme “O homem que sabia demais” (1956) dirigido por Alfred Hitchcock

Agora falando sobre as atuações, temos duas atuações bastante competentes que gostaria de destacar, sendo elas de James Stewart (interpretando Dr. Ben McKenna) e de Doris Day (interpretando Jo McKenna). James Stewart dispensa apresentações, pois trata-se de uma figura bastante carimbada nas obras de Alfred Hitchcock, apresentando em todas elas uma atuação sempre brilhante, competente, convincente e geradora de clímax de suspense nas obras do diretor. Já Doris Day soma demais não somente com uma boa atuação, mas utilizando-se do seu grande talento da música para agregar valor ao filme, pois existem momentos em que ela canta de uma maneira espetacular, dando ainda mais peso para a maravilhosa trilha sonora de “O homem que sabia demais”. Para quem não sabe, Doris Day foi uma cantora bastante aclamada e com grandes sucessos nos EUA e Inglaterra até 1967.

E já que estamos falando de trilha sonora, a composição da trilha ficou a cargo de outra figura conhecida das obras de Hitchcock, sendo ela composta por Bernard Herrmann, trilha esta que dá um clímax muito legal e impactante para o filme, principalmente com a música “Storm Clouds Cantata”, que é regida por ele no filme, contendo uma cena orquestral maravilhosa, sendo ela um dos ápices deste filme. Falando em ápice, volto a destacar Doris Day, que canta a música de Livingston e Evans chamada “Que Sera, Sera (Whatever Will Be, Will Be)”, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Canção de 1956! Ela cantando essa música é simplesmente algo maravilhoso e encantador!

No filme “O homem que sabia demais” contamos então com uma obra com uma direção excelente de Alfred Hitchcock, uma trilha sonora com uma canção memorável, duas atuações sensacionais, além de uma história muito boa. Entretanto, gostaria de levantar uma observação sobre o final do filme: acredito que ele poderia ter sido melhor desenvolvido, pois me transpareceu, ou ao menos me deu a sensação, de ter sido um pouco “apressado” ou “corrido” demais, ou seja, ele poderia ter sido mais bem cadenciado. O final, para alguns, assim como para mim, pode não parecer um tanto convincente, mas, ainda assim, não acho que isso prejudique a experiência de mais um bom filme de Hitchcock.

Meu perfil no Letterboxd: https://letterboxd.com/rafa_jaqueta/

Nota do filme

Poster oficial de “O homem que sabia demais” de Alfred Hitchcock

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *