“A Longa Marcha: Caminhe ou Morra” (2025), dirigido por Francis Lawrence, é muito mais do que um thriller ou terror, mas sim, uma mensagem de amizade e determinação.
Nada melhor que comemorar os 78 anos do “Mestre do Terror” vendo uma de suas obras sendo adaptada para as telonas. Eu fui para o cinema sem tantos spoilers, inclusive sem ter lido o livro do “Mestre do Terror”, Stephen King, e posso te dizer que esse filme foi uma surpresa muito grata. Tornou-se uma das minhas histórias e filmes favoritos de King!
Algo que gostei logo de cara, é que este longa inicia apenas com uma pequena introdução textual da sua premissa, mas o filme já parte diretamente para o que importa, sem enrolações, mostrando logo a que veio. Fazendo uma introdução de talvez apenas 3 ou 4 minutos de Garraty e sua mãe, mas em seguida já indo para a tal “Longa Marcha”.
Uma coisa que precisamos ter em mente é que a premissa, tecnicamente, é extremamente difícil de ser executada nas telonas. Isso porque estamos falando de pessoas que teoricamente não podem parar de andar, fora que estamos falando de 50 candidatos na tal marcha, fora os militares que os supervisionam. Mas Francis Lawrence consegue entregar uma direção muito competente, fazendo com que todos os atores sejam convincentes na ideia de estarem em uma caminhada sem fim e até a morte. Isso precisa ser mencionado, pois conforme já disse, temos muitos coadjuvantes presentes na tela. Organizar esse povo todo e passar credibilidade com tal proposta é algo muito difícil, e esse feito dele é fundamental de ser mencionado e elogiado.
O filme consegue prender e envolver o espectador, que acompanha, quase como em um reality (até porque é um reality, né?), vendo cada candidato definhando, se acabando e morrendo pelo caminho. O questionamento que fica para o espectador é: quem será o próximo?
As reflexões presentes em “A Longa Marcha” são impactantes e atemporais: vão desde uma crítica às forças armadas e ao sistema de alistamento militar nos EUA (e por qual razão não no mundo todo?), até mensagens críveis sobre amizade, determinação, resiliência e até amor.
As atuações merecem destaque: David Jonsson, como McVries, entrega uma performance assombrosa, trazendo profundidade reflexiva e dramática ao filme. Já Cooper Hoffman, como Garraty, também desempenha um excelente trabalho.

Único ponto de observação fica para Mark Hamill, no papel do Major. Acredito que sua atuação poderia ter transmitido mais brilho e autoritarismo, condizente com a importância do seu personagem. Sempre que ele apareceu na tela, não conseguiu me convencer do seu autoritarismo e de tudo que estava ocorrendo ali na Longa Marcha. Talvez a escolha dele para esse papel tenha sido equivocada.
Ainda assim, este foi um filme que me prendeu do início ao fim. Conseguiu, em momentos distintos, me fazer rir, me chocar e me emocionar. Sem dúvidas, é um dos filmes que mais gostei de ter visto no cinema em 2025.
Por conta de “A Longa Marcha”, podemos esperar coisas muito boas de Francis Lawrence no cinema e quem sabe adaptando novas obras do King. Super recomendo esse filme!

Fiz uma crítica em vídeo desse filme! Caso queira assistir, dê play no vídeo abaixo! Ah, não se esqueça de inscrever no meu canal!

Rafael da Silva Pereira nasceu em São Paulo, capital, atualmente cursa História pela Universidade Estácio de Sá. Fascinado pelo lado sombrio do horror desde muito jovem, encontrou no terror clássico sua principal fonte de inspiração — influenciado por obras cinematográficas como Halloween (1978), Sexta-feira 13 (1980) e O Massacre da Serra Elétrica (1974).
É autor do livro “Religiões UFO: ufolatria que invade mentes”, publicado pela Editora Cia do Mistério, onde investigou com rigor histórico e olhar crítico as manifestações religiosas ligadas ao fenômeno ufológico.
Além da escrita, Rafael também é divulgador científico e editor-chefe da Revista Giordano, dedicada à difusão da ciência com uma abordagem acessível e interdisciplinar.
Está escrevendo agora seu primeiro terror chamado “Bootzamon”, no qual Rafael dá voz às sombras que sussurram por entre milharais, casas e estradas de Black Hollow. Mais do que uma história de terror, este livro é um mergulho no imaginário de uma América rural marcada por segredos antigos, pactos silenciosos e um mal que nunca desaparece — apenas espera a próxima colheita.